sexta-feira, 18 de junho de 2010

Opções reais de carreira



Setembro de 2007, São Roque/SP. Estava com meus colegas da Johnson & Johnson passando a semana no Hotel Vila Rossa, assistindo a um interessante treinamento de negociação. A agenda terminava às sete da noite e ainda dava tempo de jogar um pouco de tênis antes do jantar. No caminho de volta para o quarto, após o jogo, recebo um telefonema de uma amiga, que trabalha no RH da GE, falando de uma vaga muito interessante que teria o meu perfil. Pensei: “Estou bem na Johnson, é uma ótima empresa, investe em seus funcionários, será que é hora de mudar para a GE ?”. Quase todo mês acompanho situação similar com algum conhecido meu.

Não vou abordar aqui os critérios de decisão para mudar ou não de emprego, este assunto merece um artigo específico. Além disso, tomei a liberdade de citar o nome das empresas porque ambas são excelentes e não faria sentido fazer comparações.

O que quero chamar a atenção é que em casos como este devemos considerar opções reais de carreira, e não teóricas. Como assim? No meu exemplo pessoal, após refletir um pouco sobre o assunto, percebi que na verdade eu achava que estava bem na Johnson, e no fundo eu tinha apenas um telefonema da GE e não uma proposta, sendo assim a decisão entre ficar e sair era apenas teoria. Resolvi então transformar a teoria em prática, ou usando um termo emprestado do mercado financeiro, “realizar o valor” das minhas opções de carreira. Segui adiante no processo e felizmente descobri que estava certo. De fato acabei recebendo uma proposta da GE, e ao falar na Johnson que gostaria de sair me pediram para ficar. Agora sim eu tinha uma decisão importante, e real, a ser tomada.

Vejo muita gente se desgastando em demasia com dúvidas de carreira, mas muitas vezes são apenas questões teóricas. É importante sim refletir sobre as possibilidades, mas de tempos em tempos temos que dar o próximo passo para manter contato com a realidade.

Um ponto de atenção é tomar cuidado com participação em processos seletivos quando estamos satisfeitos em nossas empresas. Eu sou partidário de que é importante estar sempre atento e disposto a ouvir o mercado, mas só se for uma oportunidade realmente interessante, que exista uma chance real de você se interessar, e essas costumam aparecer no máximo uma vez por ano. Agora, se você não está satisfeito na empresa atual, não está motivado, não se sente reconhecido, não está produzindo e aprendendo, aí pode fazer entrevista toda semana se quiser, nem que seja para descobrir que não está tão mal assim.